quinta-feira, 4 de outubro de 2007

ISOPOR: DO LIXO PARA A RECICLAGEM GERANDO EMPREGOS

Do isopor limpo não se perde nada. Ele é 100% reciclável, mas a porcentagem de brasileiros que sabem disso é muito pequena. Tanto que a única empresa de reciclagem da Grande São Paulo processa apenas cem toneladas por mês, quando poderia fazer o triplo.
Um tipo de material que entra nas nossas casas dentro das mais variadas embalagens costuma ir para o lixo sem nenhuma cerimônia por falta de informação da maioria das pessoas.
Mas poderia ser mandado para a reciclagem.
Às vezes, vem de bandeja. Em outras, já enfeitou festinha, manteve a bebida gelada ou protegeu a cabeça de alguém.
O isopor só vira peso na vida da gente quando vai para o lixo. Volumoso, é difícil de empacotar. Impermeável, vira rolha nos córregos e bueiros das cidades.
Mas pergunte para a recicladora Maria de Lurdes o que ela acha do isopor. “Eu trabalho em isopor e ganho no isopor. Dou graças a Deus ao isopor”, disse ela.
A cooperativa onde Maria de Lurdes trabalha recolhe 15 toneladas de isopor por mês nas ruas de São Paulo. “No total, são 16 pessoas trabalhando na esteira, 16 famílias, que tiram uma base de R$ 500 a R$ 700 por mês”, afirmou a coordenadora da reciclagem, Elisete Campos.
Do isopor limpo não se perde nada. Ele é 100% reciclável, mas a porcentagem de brasileiros que sabem disso é muito pequena. Tanto que a única empresa de reciclagem da Grande São Paulo processa apenas cem toneladas por mês, quando poderia fazer o triplo.
“Por falta de matéria-prima e toda essa matéria-prima está indo para os lixões. Está ocupando um espaço enorme. E eu poderia estar processando aqui na nossa empresa”, explicou o gerente de produção, Daniel Fernandes.
A recicladora nasceu para resolver o problema de seu único cliente: uma indústria que esbarrou nas exigências ecológicas dos consumidores estrangeiros, gente que não queria mais ver madeira desperdiçada em molduras, rodapés e acabamentos para decoração.
“Há uns 6 ou 7 anos atrás, o mercado começou a exigir um produto substituto no sentido mais ecológico”, disse o industrial Gilberto Zanette.
Transformado ele pode até parecer madeira. Na verdade, o isopor é um tipo de plástico que deveria ganhar espaço nos cestos de reciclagem, assim como fez na vida de Maria das Neves.
“Dá uma dor no coração quando eu vou embora e vejo aquele monte de isopor na rua. Eu fico pensando: ‘olha a minha produção jogada ali na rua’”, disse a recicladora.

Um comentário:

Andréa Pissarra disse...

Gostaria de saber o nome e localização desta recicladora de isopor, pois não consigo encontrar pela internet.